15 de fev. de 2009

Do amor...



Desconsiderando os erros de digitação, ortográficos, concordância, pontuação, coesão dos posts. A escrita é amadora, auto biográfica e carregada de sentimentos e sensações, portanto impulsiva, precária, desinteressada até certo ponto, ingênua.

A temática sempre retorna ao amor. Eu sou a romântica a quem somente a idéia de amor agrada, talvez por falta de talento e aptidão pra vivenciá-lo. Adoro a idéia do amor como um todo.

Ultimamente tenho achado que essa certa desconfiança no sexo oposto e na consistência do que ele pode oferecer a uma mulher tem origem no complexo de Édipo. No meu complexo de Édipo, que é um dos muitos dos meus complexos. O que tem me deixado bastante preocupada, no sentido de me fazer encarar essa coisa de paixão, namoro, relação com tanta indiferença e receio, que posso afirmar sem medo, que uma criatura que me deseje sentimentalmente vai ter que penar muito pra merecer minha confiança, dedicação e carinho. Como não acho que valho tanto a pena assim, abstraio. Na verdade aprendi com meu pai, que apesar de amar muito, a não esperar muito de um homem. Na verdade ele foi minha primeira desilusão amorosa, primeiro foi o herói, o pai modelo pra mim, os jogos, as brincadeiras, o carinho, as histórias, a pracinha... foi ele quem me ensinou a desenhar um índio de perfil (hoje nem lembro mais) e a fazer um balão de origami, quem jogava dados e dominó comigo e me levava todo domingo de manhã na pracinha pra ver teatro de bonecos. E como eu chorava quando ele tinha que ir trabalhar! Ele fingiu acreditar quando eu peguei canetinha e fiz bolinhas no rosto pra dizer que tava com catapora. Era ele quem aguentava minhas insônias aos 5 anos de idade (sim, sou insone desde criança). O tempo foi passando e na adolescência ainda tínhamos alguns papos sobre a importância de preservação ou "juízo" como dizia ele. Falava que os homens, ainda mais os de 15, 16 na maioria das vezes queriam outras coisas das meninas dessa idade que não carinho e mãos dadas. O jeito dele de abordar o tema era engraçado. Hoje, dois estranhos, que sabem que se amam muito, mas que acabam sempre se ferindo, seja pela ausência ou pela presença mal utilizada. Um abraço e uma conversa são raros de acontecer. E até hoje me pergunto onde foi parar aquele herói que era meu melhor amigo e que achava que ia ter pra vida inteira. Claro que tudo se explica, mas hoje sei onde foi parar o herói, ficou guardado cá dentro, nas marcas boas da minha alma. E hoje, sei o que é um amor desinteressado, é amar um ex-herói, sabendo que possivelmente só tenham restado algumas partes menos louváveis. E as lágrimas que porventura ele me causa, servem pra iluminar essas histórias boas e essa cumplicidade que hoje só ficaram no passado. Descobri que o amor desinteressado, ama a parte ruim também. Na verdade também, como muitos dizem, sou uma menina. E ainda estou me acostumando com a idéia de que as coisas mudam e que o tempo muda algumas coisas, sem ninguém ter culpa.

O INFERNO SÃO OS OUTROS. (para os que interpretam mal essa frase: não porque os outros sejam culpados. Simplesmente, porque ao olhar no olho do outro o que vemos somos nós mesmos)

Numa fase existencialista, literalmente.

Existir no sentido etimológico, é sair de. "Por exemplo, - diz Sartre em A Nausea -, eu me sinto triste; mas tomar consciência de meu desgosto é colocá-lo como um objeto a distancia de mim. Pois o eu que diz 'estou triste' não é mais, de modo algum, o eu que está triste. Assim o homem está por sua consciência, sempre além de si mesmo. Eis o sentido do 'ex-istencialismo'."