4 de jun. de 2015

Mar revolto

Eu sou meio mar
onde as vontades e desejos
vem e vão num movimento
gêmeo das ondas.
Os meus desejos são imensos
e não cabem em mim.
A mim mesma transbordo.
Como a Terra, pareço não comportar
minhas próprias águas.
Ora mar revolto espancando as pedras
que minha razão simboliza;
Ora calmaria pra acalantar meu próprio eu
num abraço doce pra conter tudo que represento.
E assim como as águas da Terra,
os desejos e as vontades em mim
se extinguem.
Se revelam facilmente esgotáveis.
E das minhas águas de desejos e vontades,
podem-se dizer inutilizáveis.

(D.Z.)