25 de mar. de 2011

Dos desmoronamentos


Li um post dele em que ele dizia que queria ser o centro das atenções, se sentir cada dia mais amado, e que se não fosse assim não há razão, não há porquê. Acho que no fundo ele continua gostando dela. Acho que no fundo ele só me ama porque o amo. Acho que no fundo só vai durar enquanto houver amor em mim.

Canção da escuta

O sonho na prateleira
me olha com seu ar
de boneco quebrado.
Passo diante dele muitas vezes
e sorrimos um para o outro,
cúmplices de nossos desastres cotidianos.
Mas quando o pego no colo
(como às bonecas tão antigamente)
para avaliar se tem conserto
ou se ficará para sempre como está,
sinto sem estranheza
que dentro dele ainda bate
um pequeno tambor obstinado
e marca – timidamente –
um doce ritmo nos meus passos.

Lya Luft