10 de fev. de 2009

De ser meio "moderna"...


Ela chegou acompanhada de desejo. Desejo de pele, de boca, de mãos, de corpo quente de quem quer se dar até os poros explodirem. E de dar sem se perder, sem precisar sair de si, de se dar sabendo muito bem o que se quer e o que não se esperar. Mesmo que o que ela queira seja pouco pro que ela é. Mas ela sabe disso. E não quer muito. Mesmo sabendo que merece mais. Mas não quer agora o que merece. Quer, além do desejo, escolher o momento certo para escolher entre o pouco que deseja e tudo o que merece. Agora ela só quer tudo que pode ser tocado pelas mãos e provado pelos olhos. Quanto ao que pode ser tocado apenas com a alma, ela quer muito também, mas quem sabe uma outra hora? Não agora. Ela quer, depois do prazer consciente, poder se vestir, fechar a porta, ir embora, leve, quieta, sozinha, em paz. Fazendo o caminho de volta pra si. Satisfazer o corpo pra consolar a alma na espera.