10 de ago. de 2011

De sei lá o quê...

Faz tempo que não escrevo,
ando vazia e cheia.
O peito tá explodindo de alegria e de cansaço,
ando embolado por tantos caminhos
e me sinto com os pés atados por amor.
O corpo está doído
e muito mais largo
é de amor
e de cansaço.
Um mundo cheio de cobranças
me chama com as mãos estendidas
duas mãozinhas estendidas
procuram as minhas
e eu me seguro onde dá.
Sou tantas pra ser eu
sou da vassoura, do rodo
da palavra e do humano
do palco, do medo
dos lábios e do seio
das unhas e da vontade de passeio.
Sou um ser por não ser nada
sou tudo por ser deles.
E pra onde sigo
neste andar vazio?
Pro amor que
de tão grade,
invade o infinito.
(D.Z)

Haverá paradeiro
Para o nosso desejo
Dentro ou fora de um vício?

Uns preferem dinheiro
Outros querem um passeio
Perto do precipício.

Haverá paraíso
sem perder o juízo e sem morrer?

Haverá pára-raio
Para o nosso desmaio
No momento preciso?

Uns vão de pára-quedas
Outros juntam moedas
antes do prejuízo

Num momento propício
Haverá paradeiro para isso?

Haverá paradeiro
Para o nosso desejo
Dentro ou fora de nós?

(Arnaldo Antunes / Marisa Monte)