30 de jan. de 2009

Parabéns para mim e o primeiro omelete aos 23



Falarei só pela madrugada do dia 31:
Por volta das 23h do dia 30/01/2009, ainda aos 22 anos de idade, Daniele Zamorano Pereira , ao ser atacada por crise de fome intensa e assustadora proveniente da ansiedade e diante da escassez momentânea de alimentos na dispensa, conseguiu fazer seu primeiro omelete sozinha!

"Me sinto muito mais independente e segura após este passo em minha vida. Acho que só as pessoas que conseguiram vencer as dificuldades, tiveram a sensação que eu tive. Foi um momento de superação." Declara a atriz e professora de teatro.


Logo nos primeiros minutos do dia 31, recebi torpedos, scraps, e-mails e demonstrações fofas de pessoas queridas. Quase tenho 23 anos! Só faço mesmo às 15:15. Depois escrevo sobre isso.
PARABÉÉÉÉNSSSSSSSSSS PRA MIMMMMM!!!!!!!!! NESTA DATAAAAAAAAAA QUERIDDAAAAAAAAA!!!!!!!!


29 de jan. de 2009


Que melancolia é esta
que em mim habita?

Sou dessa angústia densa
que me parte, me divide, me aniquila.


E no mais constante viver
é quando minha alma grita.

Só sei ser triste
nunca tive outro modo de ser

E nessa espera infinita,

em que somente a dor persiste,
me vejo atravessar séculos, milênios
alheia à satisfação que me contaram que existe.

Fico a sobrevoar o tempo
como quem aguarda a recompensa
Tento tragar a lua e expelir estrelas

para, quem sabe, me ver extensa


Salto os instantes

fingindo me entregar a cada vão momento

como quem espera da melancolia

uma trégua para o contentamento.
(Dani Zamorano)

Da paz de pensamento...


Intervalo II

Dai-me um dia branco, um mar de beladona
Um movimento
Inteiro, unido, adormecido
Como um só momento.

Eu quero caminhar como quem dorme
Entre países sem nome que flutuam.

Imagens tão mudas
Que ao olhá-las me pareça
Que fechei os olhos.

Um dia em que se possa não saber.

(Sophia Andressen)

Das férias

Não aguento mais férias! Elas me fazem deixar de ganhar dinheiro, pensar mais do que de costume e comer exageradamente, principalmente nos últimos 5 dias. Quinta-feira. Menstruada, dura, acordei tarde, recebi minha prima (o que salvou a tarde), tentei ver um filme da sessão da tarde, acabei dormindo até a noite, acordei, comi, comi, comi muito e continuava com uma ansiedade no peito. Pensava no ex, senti saudade de ter alguém pra dormir abraçado e olhar descansadamente nos olhos. Pensava no sumiço do futuro-possível-quem-sabe-um dia-ex-namorado, tentava entender o que deu errado ou o que faltou pra um desinteresse tão repentino. Não cheguei a nenhuma conclusão, a não ser o famoso, comodista e anestesiante: "não era pra ser". Eu até queria que fosse, mas já abstrai. Fiquei feliz por saber que o ex tá se realizando profissionalmente. Senti saudade, entre outras coisas, da minha ex-sogra, que por determinação machista do meu ex-sogro (e por vontade própria também) não fala mais comigo. Pensei na falta de dinheiro e nas contas vencendo, nos trabalhos que não aparecem, e na falta de energia pra buscar outros trabalhos. Sentei no computador, respondi e-mails e scraps. Bati um papo com meu melhor amigo, que me falou verdades que eu precisava ouvir. Descobri mais coisas que preciso modificar. Falei com a minha irmã de Porto Alegre, ela disse que me amava. Ela nunca me disso isso. Fiquei mais feliz. O dia passou rápido, bem debaixo dos meus olhos, como uma miragem que eu não pude viver, como se eu não fosse capaz de tocá-lo.

Amanhã vou fazer diferente! Vou caminhar, meditar, estudar, ler um pouco, adiantar umas coisas, me centrar na dieta, fazer a unha... Mentira! Vou continuar esperando... o que exatamente? Nem eu sei. Talvez eu apenas goste de me deixar corroer pelo tempo.

27 de jan. de 2009

Do pouco de mim

Fiz uma oficina de clown essa semana. O que me levou, entre outras coisas, a constatar que: ainda falta um longo caminho pra que eu me torne uma palhaça e que aquilo que eu acreditava ser não passava de uma miragem pra mim mesma.

Com toda a ingenuidade desorientada de uma criança me pergunto: Quem sou eu?
Durante os 4 dias de oficina fiquei me perguntando se aquilo que eu acreditava e exibia como sendo eu, não era na verdade uma escolha do que mostrar e em que intensidade mostrar do que aquilo que era ou é verdadeiramente eu. O pensamento parece complexo? Talvez.

Descobri que o excesso de racionalidade faz parte do verdadeiro eu. Não uma racionalidade bestial que acaba por anular o sentimento, muito pelo contrário, uma racionalidade que analisa o sentimento e as situações para então, ratificá-los como realidade. E como isso atrapalha no processo de busca do palhaço! Mais uma tendência pra combater. Que cansativo...

Constatei também que a impaciência é algo latente em mim e que tenho uma tendência trash (isso eu já sabia). Na verdade, o fato é que o que sei sobre mim, é muito pouco.

26 de jan. de 2009

Da preguiça

Segunda-feira nublada, amanheceu preguiçosa.

"Felicidade se acha em horinhas de descuido..."
(Guimarães Rosa)

25 de jan. de 2009

Da espera

O vento penteou os meus cabelos
encantou meu desespero
como quem nada me exigisse

Consenti em desapego
do que me amedrontava

Implorei por zelo, afago, por silêncio
como quem a si mesmo apagava
como quem a si mesmo sofria
como quem a si mesmo temia
como quem a si mesmo calava.

(Dani Zamorano)

18 de jan. de 2009

Da carência amorosa...


"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...Ou toca, ou não toca."

"E se me achar esquisita, respeite também. Até eu fui obrigada a me respeitar."


"Os fatos são sonoros. O que importa são os silêncios por trás deles"

""E de tal modo haviam se disposto as coisas que o amor doloroso lhe pareceu felicidade."
(Clarice Linspector)


"Eu quero um colo, um berço, um
braço quente em torno ao meu pescoço
E uma voz que cante baixo e pareça querer me fazer chorar
Eu quero um calor no inverno
Um extravio morno da minha consciência
E depois em som
Um sonho calmo
Um espaço enorme
Como a lua rodando entre as estrelas "

(Fernando Pessoa)

17 de jan. de 2009

Da disponibilidade pro amor

Tenho usado muito a expressão "me tocou" ultimamente. O uso dessa expressão talvez venha de uma percepção de mundo que está sendo modificada. Talvez percepão de quem sou eu e o que minha sensibilidade e coração esperam do mundo; na verdade, de um homem. Depois de alguns meses sem um relacionamento "sério" e estável tenho me permitido ser tocada. No sentido menos sensorial e mais sentimental. De um tempo pra cá, passado o desespero de estar solteira e a carência excessiva resolvi, literalmente, abrir o coração. E por ironia do destino, aquele pra quem eu gostaria de abrir meu coração, por ter me tocado de uma forma sutil, lenta e imprevisível, me disse que não sabe exatamente o que é amor, que talvez considere possível a possibilidade de não o sentir. A vida tem dessas ironias e a única coisa que me desorienta nisso tudo e não saber exatamente o que esperar. Na verdade, nunca sabemos o que esperar exatamente porque se não a idéia de futuro se perderia num presente revelado, mas de não conseguir enxergar uma possibilidade. Nenhum homem nunca tinha me feito isso antes, nunca me deixou tanto tempo em meio à dúvidas entre o que o agir demonstra e a força que a lógica exerce. Ao mesmo tempo que me causa uma certa angústia, confesso que restaura em mim uma vontade de arriscar, o que alimenta meu espírito de aventura a muito anestesiado e meu coração cafona e romântico que sempre tento esconder.

*Café, Bom papo, Tango, Samba, Noite, Gafieira, Cerveja, Bom papo, Dança, Beijo, Abraço, Suor, Cerveja, Bom papo, Samba, Beijo, Restaurante, Sopa de Camarão, Abraços, Música, Carinho.

De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho

Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo

Noite alta que revele
Um passeio pela pele
Dia claro madrugada
De nós dois não sei mais nada

De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei

Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho

Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso

Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo

Se tudo passa como se explica
O amor que fica nessa parada
Amor que chega sem dar aviso
Não é preciso saber mais nada.

(Zeca Baleiro)


10 de jan. de 2009

Do Inesperado

O inesperado sempre acontece quando não se espera. Parece uma afirmação óbvia, mas na prática é muito mais complicado do que parece. Um noite divertida, inusitada e de surpresas. Tinha tudo pra acabar sem grandes emoções, mas uma sinuca, uma boa pitada de ajuda divina, um pouco de iniciativa e segurança e pronto: um fim de noite surpreendente. De mulher com baixo-estima para alvo de desejo de três distintos cavalheiros. Na verdade, distinto mesmo, só havia um. Infelizmente meu inglês não é nada fluente, porém convincente. Bonito, agradável, inteligente e formado em Oxford. Barreiras linguísticas literalmente superadas. Dia inesquecível pra minha auto-estima. No dia seguinte uma paixão opcional e racionalmente platônica.

"Do you understand me? Really? Really! Your english is good!"
"I love this music. Oh, you love the music, not me, not my kiss... (risos)"
"(sem saber se era o certo, o importante era comunicar) How is my hair? Perfect! (fazendo charme) Don't lie... like your lips, perfect. Thank's!"

Now, the question without answer: Where's Sam?

I really want see him again ♥

YOU ARE FREE TO BELIEVE

8 de jan. de 2009

"Mas ambos estavam comprometidos. Ele, com sua natureza aprisionada. Ela, com sua infância impossível." (Clarice Linspector)

Ana Carolina, Adriana Calcanhoto e Neusa Pinheiro.
Sentei, abri o caderno, resgatei a sabedoria da pasta e num virar de páginas os pensamentos e as palavras, todos soltos se misturavam e se embrenhavam dentro da minha cabeça se recusando a serem domadas pela força da lógica. O dia foi assim, rápido, impreciso e filosófico, com muitas interrogações. A cada passo, a cada respirar, a cada virar de página apareceu uma dúvida. A culpa da dúvida é minha? Sem a menor das pretensões declaro que a culpa da minha dúvida é única e exclusivamente dos outros! A minha dúvida é fruto da incapacidade de conquista dos outros que atravessa séculos, da rotina alheia e das limitações do sentir dos alheios, e isso me deixa em dúvida, os alheios é que determinam o que vale a pena ou não pra mim. E de hoje, só ficaram as palavras, soltas, imprecisas, e úmidas de sereno.

Do primeiro motivo

Do primeiro motivo...

"É condição de toda realidade passar por estes dois aspectos de si mesma: aquilo que é com plenitude ou em perfeição e aquilo que é quando é ruína." (Ortega)


Assumindo a escrita, seja ela banal, intensa, densa, supérfula ou mesmo que desinteressante. Mas é minha, mesmo que de forma indefinida, frágil e inocente. Tenho aprendido a me enxergar com plenitude, sem muitos receios. Mergulhando no mais profundo de mim e me entendendo como ser "não-racionado", onde habitam mundos, idéias, angústias, esperanças, alegrias, dores, medos, sonhos e amor, que agora, por me entender como ser pleno, me agrada partilhar. Com uma ousada analogia à Victor Hugo, mais do que nunca me percebo como parte integrante Do Sublime e do Grotesco, e confesso que conhecer e assumir essa minha "dupla-múltipla-vasta" natureza tem me feito um enorme bem. O trânsito astrológico começa a "desengarrafar", a minha alimentação continua sendo de fé e expectativa. Fé e expectativa no que pode ou não acontecer. E sem querer vejo que passei a preferir as aspas e não as reticências. Seria um amadurecimento? Um brinde às aspas pela multiplicidade e versatilidade que elas conferem às coisas! Hoje também não liguei pra ênclise, mas também não tenho me importado muito com a ordem das coisas, desde que elas existam e sejam com toda plenitude e dualidade que lhes são possíveis.

De 29/04/2007
Trânsito astrológico engarrafado. Período de forte mudanças e transições e dúvidas... A escrita seja qual for e de qual qualidade for reclama a minha atenção pra ela. Alimentação composta unicamente de fé e expectativa. Fé no invisível, no desconhecido, no transgressor, no impulso. Expectativa no que pode ou não acontecer. Escolhas com metade de chance de dar certo, ou não. Preferência por pontos, e medo das reticências. (D.Z)