
Que melancolia é esta
que em mim habita?
Sou dessa angústia densa
que me parte, me divide, me aniquila.
E no mais constante viver
é quando minha alma grita.
Só sei ser triste
nunca tive outro modo de ser
E nessa espera infinita,
em que somente a dor persiste,
me vejo atravessar séculos, milênios
alheia à satisfação que me contaram que existe.
Fico a sobrevoar o tempo
como quem aguarda a recompensa
Tento tragar a lua e expelir estrelas
para, quem sabe, me ver extensa
Salto os instantes
fingindo me entregar a cada vão momento
como quem espera da melancolia
uma trégua para o contentamento.
(Dani Zamorano)