29 de jan. de 2009


Que melancolia é esta
que em mim habita?

Sou dessa angústia densa
que me parte, me divide, me aniquila.


E no mais constante viver
é quando minha alma grita.

Só sei ser triste
nunca tive outro modo de ser

E nessa espera infinita,

em que somente a dor persiste,
me vejo atravessar séculos, milênios
alheia à satisfação que me contaram que existe.

Fico a sobrevoar o tempo
como quem aguarda a recompensa
Tento tragar a lua e expelir estrelas

para, quem sabe, me ver extensa


Salto os instantes

fingindo me entregar a cada vão momento

como quem espera da melancolia

uma trégua para o contentamento.
(Dani Zamorano)