26 de mar. de 2009

Das rosas...


Numa metáfora espantada construída de sentimentos saborosos, posso dizer que as rosas não falam, simplesmente as rosas exalam o que muitas vezes os olhos não são capazes de ver. Uma pequena decepção com um amigo do coração ou um ex-amigo do coração. Dia saboroso, regado a rosas e com quem eu queria estar perto.

Mais um ano na estrada percorrida

Vem, como o astro matinal, que a adora
Molhar de puras lágrimas de aurora
A morna rosa escura e apetecida.

E da fragrante tepidez sonora
No recesso, como ávida ferida
Guardar o plasma múltiplo da vida
Que a faz materna e plácida, e agora

Rosa geral de sonho e plenitude
Transforma em novas rosas de beleza
Em novas rosas de carnal virtude

Para que o sonho viva da certeza
Para que o tempo da paixão não mude
Para que se una o verbo à natureza.

Soneto da Rosa - Vinícius de Moraes