9 de out. de 2009

Manifesto Antipsicológico



Não me dêem explicações
que não sejam líricas ou transcendentais.
Não quero ninguém metendo o nariz
na ferida da minha memória.

Não quero decifrar fantasmas
e serei grata se permanecerem acorrentados.
Se o seu dedo está sujo de ciência,
tire as mãos da minha alma romântica.

Santidade ou masoquismo?
Não tente me extorquir intenções secretas.
E, por favor, não me tente entender
para além de minhas palavras.

Não me cobrem explicações
que não sejam líricas ou transcendentais.
Não quero ninguém metendo o nariz
na intimidade da minha neurose.

(Maria Isabel Borja)